Os pesquisadores usaram células-tronco humanas em laboratório para imitar o estágio inicial de crescimento do embrião humano. Vários grupos de pesquisa relataram crescimento bem-sucedido de bolas de células que se assemelham a blastocistos humanos. Os blastocistos se formam cerca de quatro dias depois que um óvulo humano é fertilizado pelo esperma. Dois grupos de pesquisa publicaram os resultados de seus estudos esta semana, enquanto dois outros grupos relataram resultados semelhantes que ainda não foram revisados por pares.
Os pesquisadores dizem que experimentos como esses iluminam uma janela crucial no desenvolvimento dos humanos e dão aos pesquisadores a oportunidade de entender a perda de gravidez e a infertilidade sem a necessidade de fazer experiências em embriões humanos. O pesquisador Jianping Fu, da Universidade de Michigan em Ann Arbor, diz que este é um marco importante. Parte da compreensão que a ciência tem sobre esse estágio inicial de desenvolvimento foi aprendida com o estudo direto de embriões humanos.
No entanto, o acesso aos embriões é limitado e rigidamente regulamentado devido a considerações éticas. No entanto, blastocistos cultivados em laboratório a partir de células-tronco humanas diferem de embriões humanos e podem evitar limites éticos na pesquisa tradicional com embriões humanos. Os cientistas acreditam que o aumento do acesso a esse tipo de pesquisa pode levar a novos avanços. Os pesquisadores dizem que não acreditam que as novas estruturas semelhantes a blastocistos possam se desenvolver em um embrião completo.
No passado, os cientistas eram capazes de cultivar blastocistos em laboratório a partir de células-tronco de camundongos, mas os camundongos têm caminhos de desenvolvimento diferentes dos humanos. Isso significa que as estruturas resultantes não são um modelo perfeito de desenvolvimento humano. Os blastocistos se implantam na parede do útero por volta de sete ou oito dias. Nesse ponto, ele possui uma camada externa de células que dá origem à placenta, e um aglomerado de células internas tem o potencial de se desenvolver em um feto. Os pesquisadores tiveram sucesso no passado usando células-tronco embrionárias humanas para observar os estágios posteriores do desenvolvimento do embrião, cerca de 18 a 20 dias após a implantação do blastocisto. O experimento está analisando o estágio inicial de desenvolvimento já modelado em um laboratório.